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O Programa de Educação Tutorial de Letras da Universidade Federal de Alagoas tem como princípio o desenvolvimento de atividades e pesquisas que envolvam a tríade Pesquisa, Ensino e Extensão. Em parceria com a Faculdade de Letras o grupo desenvolve desde 2007 a Semana de Letras. Evento de periodicidade anual, que é em proporção um dos maiores da Fale, contando com um público de em média trezentos inscritos, alcançando não apenas os discentes da UFAL como também os de outras instituições do estado.

 

A realização da Semana de Letras visa promover, dentro do espaço da universidade, discussões acerca das grandes áreas Linguística e Literatura buscando observar sempre as interfaces entre essas disciplinas e as diversas mídias e áreas do conhecimento com que possam estar relacionadas, visto que a língua não prescinde de seu uso, estando sempre em circulação e por isso em contato com o mundo; não só no âmbito da vida social como no âmbito acadêmico. O evento busca em suas edições integrar docentes, discentes e a Pós-graduação em Letras e Linguística e partindo do mesmo princípio visa também a integração das quatro habilitações que compõem o curso de Letras: Português, Francês, Inglês e Espanhol.

 

Este ano acontecerá a 7 Semana de Letras: Letras à Margem, como proposto no próprio título a ideia é trazer para discussão na universidade temas, perspectivas e olhares teóricos que ainda não gozam de muita popularidade ou até mesmo não costumam ser vistos como objeto a ser estudado no âmbito acadêmico. Serão percorridos os estudos linguísticos e literários sob diversas perspectivas, sempre procurando aquilo que não está mais (ou ainda) em voga.

Trilhando o exemplo das artes e dos movimentos marginais, esta edição da Semana de Letras se propõe a expor uma face dos estudos das Letras que precisa ser retirada da sombra. Não se trata apenas da flexibilização de antigas fronteiras do estudo da linguagem, mas da aceitação de importantes raízes nos estudos principalmente linguísticos, afinal as margens se definem ao se contrastarem com o que não é margem e a maré nos estudos da linguagem revolve-se perpetuamente, como não poderia deixar de ser.

 

Em consonância com a proposta marginal, a imposição de limites está fadada ao fracasso, por isso, no que diz respeito ao recorte temático ou cronológico não há homogeneidade. A desconstrução prevê uma ordem anterior, a renovação prevê o estado de mudança de algo uma vez consolidado. O foco deve iluminar os dois polos, de Saussure e Hjelmslev à Wittgenstein ou Bakhtin, da mitologia greco-latina à produção de mídia alagoana ou ao imaginário da cultura pop, das literaturas antigas e das vanguardas à história em quadrinhos, à tradução-arte e ao cordel, trata-se de re-novar trazendo não só o que anda no limite, mas o que o impõe, do que o limite é feito, e principalmente, aquilo que está além da borda. Colocando-os lado à lado, misturando-os, simbiotizando-os para depois separá-los novamente, mas com pedaços semelhantes à vista, descobertos na mistura ou vindos dela. É exatamente isto que busca a 7 Semana de Letras, sentar à margem, mas com as pernas dentro do rio e os braços apoiados na estrada.

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